Os gliomas são tumores cerebrais que se originam das células gliais — células que dão suporte e proteção aos neurônios. Representam o tipo mais comum de tumor primário do sistema nervoso central e podem variar amplamente quanto à agressividade, localização e resposta ao tratamento.

Existem diferentes subtipos de glioma, como os astrocitomas, oligodendrogliomas e ependimomas, que são classificados em graus de I a IV pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação indica o potencial de crescimento e malignidade do tumor, sendo os de grau I considerados benignos e os de grau IV, como o glioblastoma, altamente agressivos.

Diagnóstico

O diagnóstico de glioma geralmente é feito por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética, que permite visualizar a localização, o tamanho e as características do tumor. Em muitos casos, uma biópsia é necessária para confirmar o tipo e o grau do glioma, o que é essencial para planejar o tratamento mais adequado.

Tratamento com Neurocirurgia

A neurocirurgia é, na maioria dos casos, o primeiro passo no tratamento dos gliomas. O objetivo principal da cirurgia é remover o máximo possível do tumor, preservando as funções neurológicas do paciente. Em tumores de baixo grau, a ressecção cirúrgica ampla pode oferecer controle prolongado da doença. Já nos gliomas de alto grau, como o glioblastoma, a cirurgia é frequentemente associada a outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia.

Com o avanço das técnicas neurocirúrgicas, como o uso de navegação por imagem, monitoramento neurofisiológico intraoperatório e ressonância magnética intraoperatória, é possível realizar cirurgias mais seguras e precisas, mesmo em áreas cerebrais de difícil acesso ou próximas a regiões eloquentes (ligadas a funções vitais como fala e movimento).

Abordagem Multidisciplinar

O tratamento do glioma é multidisciplinar e envolve uma equipe composta por neurocirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, neurologistas e fisioterapeutas. Cada plano terapêutico é individualizado, levando em conta características do tumor, idade, estado geral do paciente e localização da lesão.

Perspectivas

Embora os gliomas de alto grau ainda representem um desafio, o contínuo avanço da neurocirurgia, das terapias-alvo e das abordagens genéticas tem ampliado as possibilidades de tratamento e melhorado a qualidade de vida dos pacientes. O diagnóstico precoce e o tratamento em centros especializados são fundamentais para melhores resultados.